quarta-feira, 2 de abril de 2008

Rádios comunitárias



O jornalista é o profissional que lida com notícias, dados e divulgação de informações. Muitas vezes, seu trabalho é gerido por um meio de comunicação com interesses próprios, subjulgando a imparcialidade do profissional em prol de benefícios do determinado órgão. A Mídia Corporativa ('Grande Mídia') é a principal protagonista na distorção de fatos e na publicação de pontos de vista tendenciosos, colocando em risco a própria credibilidade.
A Mídia Independente surge como forma de combate às ideologias dos grupos que dominam a ordem atual da sociedade. Com a proposta de promover a democracia e a pluralidade de opiniões, permite que pessoas da própria comunidade tornem-se os difusores da notícia. Cria-se assim uma horizontalidade de informações e de pontos de vista, atraindo um público cada vez maior.
No Brasil, esse tipo de mídia é especialmente encontrada nas diversas rádios comunitárias espalhadas pelo país. As rádios valorizam a cultura local, e assim rompem com o monopólio das comunicações em massa. Nelas, qualquer pessoa está apta a assumir a posição de programador, locutor ou até mesmo DJ. Assim o ouvinte não só atua como agente passivo, sendo responsável pela participação ativa na construção da emissora.
O CMI (Centro de Mídia Independente, já mencionado neste blog) possui projetos coletivos em rádios comunitárias por todo o Brasil, chamados de 'CMI no Ar', responsáveis por fornecer um panorama do que acontece no país e no mundo de uma perspectiva alternativa à vigente. Em Goiânia, o CMI colabora diretamente com a Rádio Grilo.
Ainda em Goiânia, é inevitável citar a Magnifica Mundi. Criada no ano de 2000, como um projeto da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFG, baseada na produção laboratorial de um complexo tecnológico de WebTv e rádio. Apesar de não possuir equipamentos suficientes, ou contingente humano para transmissões mais frequentes, a Magnifica é um belo exemplo de como oferecer informações democraticamente, chamando a sociedade a contribuir com o funcionamento da rádio. Com uma grade variada de programas, a Magnifica é capaz de figurar entre um dos melhores projetos de mídia independente já criados no país.

4 comentários:

Luísa Gomes disse...

Mas ainda assim o conteúdo dessas rádios é feito por poucas pessoas e direcionado para poucas pessoas.Além disso,para produzir e veicular esse conteúdo é preciso de dinheiro.Tem que ter alguém por trás disso tudo injetando dinheiro.E desde quando a comunidade da favela do morro do não-sei-o-que vai ter dinheiro para isso?Tem que ter alguém por trás disso,alguém comandando.Quem é essa pessoa?E dessa forma o jornalismo não se torna mais uma vez um monopólio?

Fill Carvalho disse...

Concordo em partes com sua opinião Luísa, mas veja bem, geralmente os projetos dessas rádios comunitárias nascem dentro das próprias comunidades para atenderem os interesses desse pequeno grupo de pessoas. Não se pode falar em monopólio com uma área de atuação tão restrita, e um público alvo reduzido. Em contra partida a mídia corporativa é difundida não em apenas um pequeno grupo, mas em uma área infinitamente mais ampla, com investimentos maciços, monopolizando assim uma gana muito maior de informações. É evidente que onde houver jornalismo, haverá investimento, e onde houver investimento haverá o interesse desses investidores por trás, mas acho que chamar de monopólio é um termo carregado demais.

Luísa Gomes disse...

Realmente,monopólio pode não ser a melhor palavra.O que eu quis dizer é que se essas rádios comunitárias são direcionadas a um público restrito,se poucas pessoas fazem parte dessas rádios e se só tem uma rádio pra esse público,isso pra mim é monopólio.Pode não ser um monopólio descarado,mas pra mim é monopólio.

=>Cyber <= disse...

a questão realmente não é monopólio. o que acontece é que, cansadas de não se ver nas grandes rádios, as comunidades, principalmente de favelas e lugares carentes, se juntam, compram o aparelho, ou ganham de alguma ONG, sei lá, e ai fazem a programação voltadas para o seu interesse, divulgando os seus eventos. sendo a programação feita pra atender as vontades deles, isso pra mim não é monopólio, além do mais não há uma grande fonte de lucro para ser tão disputada assim.