quinta-feira, 17 de abril de 2008

No fim das contas...

Apresentamos o conceito de jornalismo colaborativo, citamos exemplos, mostramos os prós e os contras. Agora vamos mostrar a nossa opinião sobre os assuntos abordados.Nos comentários deste post cada moderador do blog colocará a sua opinião.

sábado, 5 de abril de 2008

Subjetividade no Jornalismo Colaborativo

O mito da objetividade da comunicação jornalística ainda orienta as opiniões e proposições feitas por jornalistas, e pessoas em geral, sendo esta uma das maiores críticas feitas atualmente ao jornalismo colaborativo ou jornalismo cidadão.
Neste tipo de Jornalismo, normalmente há uma interação entre o jornalista, que atua como selecionador dos conteúdos, e as pessoas sem formação jornalística, que levantam conteúdos e produzem matérias a serem veiculadas em um respectivo meio de comunicação. A crítica no que se refere à subjetividade advém do fato de que estas pessoas, ao produzirem suas matérias, tenderão a expressar suas convicções pessoais, posições políticas, e privilegiarem os grupos sociais a que pertencem, defendo o que lhes favorece.
Não queremos e nem precisamos questionar os argumentos levantados por esta crítica, mas podemos levantar algumas questões, já que diante de uma simples pesquisa e análise do conteúdo jornalístico apresentado na mídia, conclui-se facilmente sobre os posicionamentos defendidos por jornalistas ou pelas empresas de comunicaçãso, colocando abaixo, dentro do jornalismo, o mito da objetividade como função precípua de todo material jornalístico. Portanto não se deve criticar esta forma interativa de se produzir material jornalístico, levando-se em consideração somente o argumento da objetividade, pois o mesmo está também presente em quase todos os setores do jornalismo tradicional, se apresentando de forma clara na defesa de posições individuais em detrimento do interesse coletivo, sem um maior comprometimento ético de levar ao público a informação eivada de vícios.
Sendo assim, deve-se analisar outros argumentos mais condizentes e diferenciados dentro do jornalismo colaborativo, fazendo uma comparação mais saudável com o jornalismo tradicional, sem usar de má fé para com esta nova modalidade de jornalismo que conquista um número maior de adéptos a cada novo dia.

Jornalismos para Diversos Públicos

Comunicação pressupõe a existência de um emissor e um receptor. Democracia pressupõe liberdade de expressão. O jornalismo Cidadão existe e ganha força na conjugação destas duas suposições.
Ao buscar cativar um público receptivo ao material jornalístico, desde o surgimento da comunicação de massa, procura-se, cada vez de forma mais diversificada, trabalhar a forma da mensagem que será transmitida por determinados meios de comunicação. É neste contexto que se insere o jornalismo cidadão, sendo mais uma das muitas opções para transmitir a informação ao um público receptor, seja o leitor, ouvinte, telespectar ou internauta.
E da mesma forma que há variadas formas para apresentação e transmissão da mensagem jornalística, também há variados públicos, que, ao viverem em uma democracia, poderão usar de sua liberdade em escolher a forma que mais lhes agrada. Sendo assim, criticar o jornalismo cidadão significa desconsiderar o público que deseja, não somente receber, mas também participar de forma mais direta da elaboração de mensagens informativas comunicacionais, ficando-nos a certeza de que todas as formas de jornalismo apresentam pontos positivos e pontos negativos, em sua base teórica e/ou prática. Sendo assim, não tenhamos dúvida de que também o jornalismo tradicional está repleto de vícios que prejudicam seu melhor desempenho no cumprimento da função jornalística.
Portanto, deixemos ao público, do qual fazemos parte, a escolha por este ou aquele tipo de jornalismo que mais os agrada, e melhor se adapta ao seu tipo de vida. Tenhamos certeza, porém, de que o jornalismo cidadão vive uma fase ascendente na conquista de público, enquanto outros “jornalismos” já chegaram ao auge em tempos atrás e vivem hoje uma em fase de pleno declínio.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Rádios comunitárias



O jornalista é o profissional que lida com notícias, dados e divulgação de informações. Muitas vezes, seu trabalho é gerido por um meio de comunicação com interesses próprios, subjulgando a imparcialidade do profissional em prol de benefícios do determinado órgão. A Mídia Corporativa ('Grande Mídia') é a principal protagonista na distorção de fatos e na publicação de pontos de vista tendenciosos, colocando em risco a própria credibilidade.
A Mídia Independente surge como forma de combate às ideologias dos grupos que dominam a ordem atual da sociedade. Com a proposta de promover a democracia e a pluralidade de opiniões, permite que pessoas da própria comunidade tornem-se os difusores da notícia. Cria-se assim uma horizontalidade de informações e de pontos de vista, atraindo um público cada vez maior.
No Brasil, esse tipo de mídia é especialmente encontrada nas diversas rádios comunitárias espalhadas pelo país. As rádios valorizam a cultura local, e assim rompem com o monopólio das comunicações em massa. Nelas, qualquer pessoa está apta a assumir a posição de programador, locutor ou até mesmo DJ. Assim o ouvinte não só atua como agente passivo, sendo responsável pela participação ativa na construção da emissora.
O CMI (Centro de Mídia Independente, já mencionado neste blog) possui projetos coletivos em rádios comunitárias por todo o Brasil, chamados de 'CMI no Ar', responsáveis por fornecer um panorama do que acontece no país e no mundo de uma perspectiva alternativa à vigente. Em Goiânia, o CMI colabora diretamente com a Rádio Grilo.
Ainda em Goiânia, é inevitável citar a Magnifica Mundi. Criada no ano de 2000, como um projeto da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFG, baseada na produção laboratorial de um complexo tecnológico de WebTv e rádio. Apesar de não possuir equipamentos suficientes, ou contingente humano para transmissões mais frequentes, a Magnifica é um belo exemplo de como oferecer informações democraticamente, chamando a sociedade a contribuir com o funcionamento da rádio. Com uma grade variada de programas, a Magnifica é capaz de figurar entre um dos melhores projetos de mídia independente já criados no país.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Para todos os gostos

Há um amplo campo de trabalho para quem se interessa pelo jornalismo open source. A maior parte das pessoas acredita que há jornalismo participativo apenas na Internet através de blogs ou sites como o mega citado Ohmynews.com, o Centro de Mídia Independente entre outros. Porém o campo de atuação é muito maior. Rádios foram criadas sob esse sistema, divulgando notícias da comunidade em geral, fazendo denuncias e apelos sobre a situação de determinado bairro. São rádios de baixa freqüência, feitas pelos e para os próprios moradores. Esse tipo de rádio é muito comum em favelas. O exemplo mais conhecido atualmente é a “Radio Portelinha” da novela das oito (que se passa às nove horas) “Duas Caras” (rs).

domingo, 30 de março de 2008

Um repórter-cidadão

Michael Yon, ex soldado americano das Forças Especiais, tornou-se um repórter-cidadão ao decidir transmitir, a partir de 2004, informações sobre a guerra do Iraque em um blog criado por ele. Após a morte de três amigos em batalha, decidiu ir para o país e mostrar o dia-a-dia das tropas americanas mais profundamente. Não estava em combate, por isso, pôde dedicar seu tempo à divulgação de notícias detalhadas com imagens e argumentos a favor da permanência americana no país. Ao divulgar sua opinião, conquistou fãs e inimigos por se tratar de um assunto muito delicado. Passou mais tempo cobrindo a guerra que qualquer jornalista profissional.

Penso que esta seja a foto mais chocante (e, por isso, a mais famosa) publicada por Michael Yon. Nela, um soldado americano carrega uma menina iraquiana ferida em explosão.

Link de seu novo site: http://michaelyon-online.com/

sexta-feira, 28 de março de 2008

Entrevista com Oh Yeon Ho


O texto a seguir é a tradução de partes de uma entrevista com o criador do site OhMyNews, o sul-coreano Oh Yeon Ho, feita pela jornalista Yuli Ismartono em 26 de março de 2007.


Yuli Ismartono: O OhMyNews mudou conceitos e quebrou algumas barreiras jornalisticas, você pode nos dizer como isso começou?
Oh Yeon Ho: Bom,eu iniciei minha carreira como jornalista em 1988 logo após minha graduação pela Yonsei University.Eu comecei trabalhando como repórter para uma revista mensal chamada Mal.Era uma revista pequena, principalmente se comparada com publicações da grande mídia.Daí eu trabalhei na revista por 11 anos.Nesse momento,eu sentia fortemente que o mercado de notícias coreano era muito distorcido pela grande mídia.O problema central era o processo de formação da opinião pública porque os jornais conservadores dominavam o mercado.Eu sentia que a voz do cidadão eram mais necessárias para tornar a opinião pública mais democrática.Então eu criei o slogan "todo cidadão pode ser um repórter".Como você sabe, o jornalismo do séc.XX foi um jornalismo de mão-única:repórteres estavam reportando e leitores estavam lendo.Mas eu queria criar um jornalismo de mão dupla onde todos poderiam participar na formação da opinião pública.Eu pensei que a internet deu a possibilidade para esse tipo de participação.Por 11 anos eu tive a noção do conceito de que todo cidadão pode ser um repórter.Então eu percebi que a internet podia dar aos cidadãos comuns a chance de participar.Daí,em 2000 eu fundei o OhMyNews.
YI: Como você mantém qualidade se a informação vem de diferentes pessoas?
OYH: Nós abrimos a oportunidade para todos os cidadãos, mas todos os artigos dos nossos cidadãos-repórteres devem ser checados e editados pelos nossos membros contratados.É por isso que nós temos aproximadamente 15 repórteres contratados para fazer esse trabalho.Atualmente, nós vemos muitos usuários gerando conteúdo, como se fossem blogs pessoais.Mas blogs não possuem conteúdos gerados por terceiros.Mas o OhMyNews checa todos os artigos dos cidadãos para ter certeza de que todas as histórias enviadas possuem fatos exatos.Nesse ponto, nós somos bem diferentes dos bloggeiros individuais.
YI: Quando você diz cidadãos-repórteres, isso que dizer que eles têm que ser registrados com você?
OYH: Sim, eles devem ser registrados com a gente porque nós pensamos que responsabilidade e exatidão são muito importantes para nós.Então nós pedimos que os nossos cidadãos-repórteres para que se registrem conosco com seus nomes,endereços,e-mail e números de telefone assim,nossos repórteres contratados podem entrar em contato para checar a veracidade ou não dos fatos.
YI: Agora, como o OhMyNews obtém sua receita?
OYH: Para ser sincero, apesar de o OhMyNews ser um novo tipo de mídia, a fonte do nosso rendimento vem dos meios tradicionais.A grande maioria do nosso rendimento vem dos anúncios.Nossos anunciantes vêem de grande e pequenas companhias e anunciantes individuais.Aproximadamente 10% vem dos nossos leitores.Nossos leitores lêem nossas notícias de graça, então nós perguntamos a eles, "se você acha que o OhMyNews é uma mídia valiosa para você, então você pode doar voluntariamente para o OhMyNews".Então mais ou menos 4000 leitores pagam voluntariamente.
YI: Você quer dizer que eles assinam voluntariamente?
OYH: Sim.Algumas mídias externas já tentaram esse tipo de coisa, mas eu acho que na internet isso funciona melhor.
YI: De todas as mídias que você mencionou, qual é mais competitiva com o OhMyNews?
OYH: O OhMyNews ainda é uma companhia muito pequena.Eu sei o nosso poder comparado com a outra mídia.Nós temos apenas 7 anos, ainda estamos no ponto inicial.Quando olhamos para o futuro, nosso rival não é o jornalismo impresso, não é o jornalismo televisivo, a maior rivalidade é na área da internet.Agora os portais estão se tornando grande companhias.Eles têm dinheiro, eles têm mais leitores, eles podem recrutar mais técnicos, então eu penso que, como em muitos países, os sites coreanos estão ficando cada vez maiores.Então, comparado com eles, o OhMyNews ainda é muito pequeno.
YI: Sr.Oh, eu penso que você é um revolucionário de coração.Você lutou contra o regime anterior.E agora você olhou e encontrou um modo de envolver a participação do cidadão no jornalismo.Qual é o seu próximo projeto?
OYH: Antes de começar o OhMyNews, eu trabalhava como um repórter de uma revista mensal.No OhMyNews eu me tornei chefe executivo e gerencio o site.Mas eu ainda tenho na minha cabeça que um dia irei escrever um romance.Mas eu também quero fazer uma conexão entre essa gestão diária do OhMyNews com algo acadêmico.Esse é o motivo pelo qual eu acabo de terminar meu Ph.D., mas em relação aos cursos que eu estudei, gostaria de desenvolver uma tese acadêmica sobre gestão cotidiana.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Centro de Mídia Independente - CMI

Este é outro excelente exemplo de jornalismo colaborativo. CMI é um site onde qualquer usuário pode ter acesso aos mais variados tipos de notícias, todas feitas por pessoas que vivem a notícia.

Acredito que esse vídeo seja quase auto-explicativo.

Um excelente exemplo!

Vendo televisão e posteriormente procurando na net encontrei esse pessoal, a ONG “Vez da Voz”. Acredito que esse seja um dos melhores exemplos para se falar de jornalismo cidadão. Um dos fundamentos desse novo meio de se fazer jornalismo é a democratização da mídia e da notícia.

A “Vez da Voz” é uma ONG formada por mais de 30 profissionais de diferentes áreas, entre elas pedagogia, economia, psicologia, fonoaudiologia e jornalismo, além de bailarino, locutor, editor de imagens e intérprete de libras (língua brasileira de sinais). Esse grupo se preocupa com uma parcela da sociedade deixada às margens da mídia, os deficientes auditivos e visuais. Buscando essa democratização da mídia, a ONG criou o “TELELIBRAS”, um jornal com notícias do interesse dos deficientes e num formato que seja acessível a eles. Os noticiários são feitos sem grandes recursos técnicos, com “jornalistas por vocação”, contando com a colaboração das pessoas que ajudam a fazer as meterias, editá-las e colocá-las na net, mas possuem grande qualidade de notícias. Bom, o melhor jeito de entender o trabalho desse pessoal é assistir a uma edição do “TELELIBRAS”.

Para saber mais desse grupo e ver as outras ações desenvolvidas por eles, é só acessar http://www.vezdavoz.com.br/

Telelibras- ONG Vez da Voz

Telelibras - ONg Vez da Voz

Empresas apostam em "novo jornalismo"

Andrea Fontes, do MSN

A publicação de notícias se restringia a um grupo determinado, estava nas mãos de poucos, acontecia de acordo com o interesse desses e o cidadão-comum ficava assim excluído do processo. Com o surgimento do jornalismo colaborativo esse cenário está mudando. As novas tecnologias amparam o cidadão para que esse possa ter "voz". Certos assuntos, que eram ignorados pela mídia, passam a ser registrados e divulgados. E, com isso, assuntos locais e de interesse de grupos estão ganhando um espaço maior nos meios de comunicação.

Muitas empresas estão apostando nesses "colaboradores" e dando esse tão esperado espaço a eles. Esse interesse se deve ao fato de que essa interatividade com o cidadão traz novos pontos de vista o que enriquece o veículo de comunicação. E se o material for publicado o cidadão-repórter ainda recebe por ele.

O vídeo postado é do debate "O Novo Jornalismo: Convergência e Interatividade", realizado em São Paulo, no Centro Brasileiro Britânico, em 13 de Março de 2008.Foi organizado pela BBC Brasil em comemoração aos seus 70 anos. Teve como mediador Américo Martins, editor executivo da BBC para as Américas e Europa. Este debate reuniu representantes da BBC e dos portais: G1, Terra, MSN Brasil.Esses participantes mostraram como as empresas que representam trabalham com esse 'novo jornalismo', os desafios e benefícios que isso gera e outros assuntos a cerca desse tema.Pete Clifton, diretor da BBC News Interactive , por exemplo,apresentou nesse evento a reestruturação feita pela BBC para dar um espaço ao jornalismo cidadão.

A seleção do conteúdo enviado foi no debate algo muito discutido, pois trata de um dos obstáculos que o jornalismo colaborativo encontra.Isso acontece porque são enviadas muitas matérias das mais diversas regiões sobre os mais diversos assuntos, e isso para ser publicado tem que se checar a veracidade do conteúdo e todas as regras do "bom jornalismo". E para fazer essa seleção surgiu o "diretor de conteúdo", posição essa que Andrea Fontes, do MSN ocupa hoje.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Sufrágio quase universal

O papel do jornalista, assim como a prática jornalística e outras tantas práticas, mudou com o tempo, o do jornal não. Ainda hoje, embora não nas mesmas circunstâncias, o papel do jornal é informar o público, e por conseqüência, o jornalista é responsável por eleger o que é informação. E tem sido assim desde o inicio da imprensa. Isso também mudou, ou está mudando.
Um 'grande lance' do jornalismo colaborativo é a divisão dessa responsabilidade. Segundo algumas teorias do jornalismo, a informação ocupa um lugar importante na sociedade globalizada, sendo indispensável. E, o conjunto das informações levadas ao público forma a 'realidade'.
Saindo das explicações acadêmicas, um grupo restrito de pessoas, os jornalistas, acaba responsável pela construção da realidade de milhões de pessoas, apenas por ter uma determinada formação acadêmica, ou nem isso. Esse ideário do jornalismo acaba se tornando arbitrário. Por mais útil que seja saber qual é o novo presidente de algum país da Europa, e por mais que isso atinja a população, outros acontecimentos interessam mais, simplesmente por estarem mais diretamente relacionados, é aqui que a participação do público na eleição do que é noticia torna-se, quase um direito básico. Poder ter acesso a um determinado tipo de informação que com certeza o interessa, conhecer os fatos que vão atingi-lo em pouco tempo e com conseqüências. Aqui, um aspecto da democracia, e a regionalização da informação, citados nos dois textos anteriores.
Quando os colaboradores desses jornais são intitulados 'jornalistas', nenhuma profissão está sendo usurpada, e nem poderia. É sabido que em todos os jornais colaborativos há um profissional responsável, agora não pela escolha, mas pela técnica. A publicação de acontecimentos exige certos cuidados, que serão tomados pelo profissional do jornal.

Concedo-me a subjetividade...

O Jornalismo Cidadão é um dos fenômenos mais interessantes e importantes surgidos no meio jornalístico dos últimos tempos. Jornais inteiros, bem como outros tipos de informativos, são hoje produzidos sob o lema de que “todo cidadão é um repórter”. O lema “faça você mesmo" é seguido pelos novos jornalistas informais, os cidadãos.
A importância dessa participaçao popular na mídia é enorme, principalmente quando analisamos que, na sociedade brasileira atual, a cidadania caracteriza-se apenas pelo voto e pelo pagamento dos impostos. Os cidadãos brasileiros, de maneira geral, ignoram o direito de participar e se mostrarem ativos e pensantes sobre questões que os envolve diretamente.
A mídia colaborativa, evidenciada principalmente em "canais" como blogs, fotologs e videologs, nos mostra uma fresta de luz ao fim do túnel. É o começo de uma possível mudança no comportamento e na mentalidade da população ou ao menos de uma significante parcela dela.
Infelizmente, esse tipo de participação cidadã depende de um processo: a inclusão digital. Nem todos os cidadão brasileiros têm o acesso à informação advinda da internet. Portanto, o esperançoso processo de aumento da participação popular na sociedade por meio do jornalismo virtual, se vê barrado.
Mesmo assim, a confiança deve continuar. Pois os cidadãos nunca devem deixar de se mostrarem ativos e operantes em uma sociedade tão deficiente como a nossa.

A interação entre o jornalista e o público

Ao ler diversos artigos a respeito de “jornalismo colaborativo” notam-se opiniões diversas a respeito do tema. Há quem o defenda alegando os preceitos de cidadania e democracia. Há quem repudie tal prática devido a uma possível má-estruturação textual e ao “perigoso aspecto” de liberdade apregoada pelos defensores do jornalismo colaborativo, e há ainda aqueles que defendem que jornalismo é só para aqueles que receberam formação humanística e técnica consolidada.

A popularização da internet e das tecnologias móveis traz consigo a possibilidade de expressão aos cidadãos comuns através de narrativas pessoais, galerias de fotos, comentários e fóruns os quais propiciam a discussão de temáticas diversas, muitas delas que privilegiam a localidade da qual o cidadão emite suas opiniões, dando assim um aspecto regional ao conteúdo – e é correto afirmar que a grande maioria destes assuntos não seria alvo do enfoque da mídia “convencional”.
Temos então de um lado uma mídia monopolista que não satisfaz às necessidades de expressão da grande massa, e, consequentemente do outro, uma população que deseja se expressar por não se enxergar nos meios de comunicação, e que consegue obter êxito a partir da utilização da tecnologia a seu favor.

Para muitos defensores do jornalismo colaborativo vale o lema de que “cada cidadão é um jornalista local”, tendo assim não apenas a possibilidade de registrar informações através de imagens, vídeos e textos, mas também uma participação “irrestrita” em todo o processo jornalístico. Mas ao analisar a dinâmica estrutural de muitos sites que se utilizam do jornalismo colaborativo perceberemos que não existe uma total desagregação do jornalista em todo este processo, mas sim há uma inteligente interação entre o cidadão (que colhe e envia as notícias) e o jornalista (que recebe, filtra, e interfere na linguagem do material jornalístico).

Sendo assim, tem-se uma visão errônea de que o jornalista perde sua função diante de tal dinâmica, visto que ele se torna um grande “aglutinador” de informações. É lógico que existe àqueles que continuarão a defender que o jornalista tende a perder espaço, e de fato a liberdade da web é incontestável, mas uma análise concisa faz-nos olhar para a necessidade de profissionais que irão administrar e repassar para a sociedade de maneira profissional as informações trata-se principalmente de aspetos ligados à credibilidade do material, além de existir certa ordem perante um possível “anarquia de informações”.

Não se tem o cidadão como jornalista, mas sim como colaborador que tem a possibilidade de contribuir positivamente na obtenção de material jornalístico; e o jornalista passa a desenvolver papel de mediador, adequando textos e apurando a veracidade dos fatos.

Estabelece-se então uma maior aproximação entre o jornalismo e o público de maneira que venham até mesmo a somar em detrimento da grande mídia que interfere de acordo com seus interesses no fato jornalístico. Certamente é um fenômeno irreversível para o jornalismo, e sem “profecias pessimistas”, a tecnologia será incorporada ao trabalho permitindo que novas perspectivas sejam apresentadas à profissão.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Os dois lados da moeda

Na realidade é muito mais amplo do que uma simples moeda. O “certo” seria ‘um dos lados do dado’. Essa nova maneira de se fazer jornalismo realmente gera muita polemica. As opiniões são muito controversas e todas pautadas em fortes argumentos. Como todas as novidades, principalmente as repentinas e de grande impacto, causam grandes discussões, devemos buscar os vários lados de tal assunto. O jornalismo colaborativo não podia ser diferente. Atualmente o lado que se destaca desse grande dado é o negativo. A grande imprensa, em sua maioria, faz críticas ferrenhas a esse novo modelo jornalístico. Os maiores argumentos usados são que não haverá um critério nas reportagens, sendo publicado (o melhor termo seria ‘postado’, já que a colaboração é feita através de blogs) coisas fantasiosas, desinteressantes (o que acaba sendo extremamente subjetivo) e falsas.
Outra questão levantada pelos críticos é quanto à linguagem e estrutura jornalística. Por não ter formação acadêmica, o repórter-cidadão não seria capaz de usar uma linguagem adequada e estruturar corretamente a notícia. O jornal The New York Times, dos EUA, acusou os defensores do Jornalismo Cidadão de abandonarem o princípio da objetividade jornalística.
No Brasil, o principal argumento usado para derrubar o jornalismo cidadão e o erro cometido pelo site da UOL no dia 18 de julho de 2007, após o acidente com o avião da TAM. O portal publicou uma foto recebida por um internauta, que mostrava uma pessoa se atirando do prédio em chamas . Os próprios internautas denunciaram o erro.











Na realidade a foto era uma montagem. Na foto original não há essa pessoa.
O que não se pode confundir é o erro cometido pelo site com a falta de qualidade alegada pelas grandes mídias e defensores do jornalismo tradicional.

domingo, 23 de março de 2008

Os dois lados do jornalismo cidadão

Telespectador e leitor não precisam se limitar a receber informações. No jornalismo cidadão (também chamado de colaborativo e participativo), um indivíduo sem formação jornalística tem a oportunidade de participar do processo de produção e disseminação de notícias. Munido de tecnologia, um repórter-cidadão pode contribuir para o enriquecimento do material jornalístico da imprensa tradicional com vídeos, fotos e opiniões críticas.

O repórter-cidadão encontra no espaço virtual o ambiente perfeito para desmontar a forma tradicional de divulgar notícias. O tom sério da imprensa profissional é transformado em debate em sites de jornalismo cidadão. Na rede, o repórter-cidadão alcança grande número de pessoas, trata de temas relativos ao interesse comum e específico e pode influenciar a opinião pública.

No entanto, uma maneira tão aberta e rápida de se publicar informações deixa frestas para muitas deficiências. A informação transmitida pode conter tanta opinião pessoal, em alguns casos, a ponto de a realidade ser distorcida. Há ainda a necessidade de atualização constante (principalmente no caso de blogs, flogs, vlogs e podcasts), o que explica a publicação de informações desinteressantes ou pouco autênticas.

Por um lado, esse modelo jornalístico permite que o cidadão exerça seus direitos democráticos e participe dos acontecimentos mundiais. Por outro lado, deixa margem para fraudes e uso abusivo da liberdade de expressão. Contudo, a despeito de todos os problemas que possui, o jornalismo cidadão tem alcançado certa organização e se solidificado na mídia.

quinta-feira, 20 de março de 2008

A voz do povo é a voz...

Colaborar. Do latim, collaborare. Significado:cooperar, trabalhar na mesma obra.
No Jornalismo Colaborativo é isso que os cidadãos fazem:trabalham junto com os jornalistas para produzir notícias.Essa ajuda popular pode ser através de um depoimento,uma gravação em áudio,vídeo ou uma foto(e para isso as novas tecnologias são essenciais).
O Jornalismo Colaborativo, ou Cidadão, é uma questão polêmica no meio jornalístico. Ao mesmo tempo em que integra os cidadãos cada vez mais ao jornal e vice-versa, ele pode falhar no ponto da precisão e veracidade dos fatos. Assim, o jornalista assume o papel de editar a notícia enviada por uma pessoa comum, ao invés de ir buscá-la.
A internet teve um papel determinante para a disseminação desse tipo de jornalismo. A facilidade em se obter informações e, principalmente, a de repassá-las fez com que surgissem blogs e sites onde qualquer pessoa faz a noticia. Na Coréia do Sul, por exemplo, o jornal virtual OhMyNews, pioneiro no segmento, recebe 700 mil visitas diariamente e possui cerca de 50 mil cidadãos-repórteres em mais de 100 países.No Brasil,apesar do jornalismo participativo ser relativamente novo, portais como IG,Terra e versões on-line dos jornais Estadão, O Globo e Folha de S.Paulo já permitem que seus leitores colaborem nas reportagens.
A dúvida se a participação popular vem para o bem ou para o mal ainda persiste. Mas é inegável o fato de que o cidadão nunca esteve tão próximo da imprensa como atualmente.

Sites de Jornalismo Colaborativo:
http://english.ohmynews.com/
http://digg.com/
http://meneame.net/